Em Junho de 1975, Carlos Teixeira da Mota (1941-1984) partiu para Luanda com a missão de preparar a Embaixada que passaria a representar Portugal após a independência de Angola, marcada para 11 de Novembro desse ano, e por lá ficou em funções oficiais até Maio de 1976. Tornou-se, assim, um observador privilegiado de um momento único na história e de um complexo e muito específico processo de descolonização. Registou tudo no seu diário, em cartas e dossiês cheios de recortes de imprensa e até telegramas oficiais, que já ambicionava transformar em livro - um desiderato que agora se cumpre, como «um puzzle gigantesco que se tenta lenta e cuidadosamente construir - a minha interpretação de Angola».